por T. Austin-Sparks
Capítulo 3 - O Altar e a Vinda do Senhor
Leitura: Malaquias 1.
Temos estado vendo como no tempo do fim o próprio Senhor procura possuir um vaso para ser uma voz em relação ao tempo do fim. Malaquias já tem nos concedido muito nessa conexão, mas há muito mais. Primeiramente, temos visto a natureza de esse vaso, como é constituído, e qual é a sua história e experiência. E depois vimos o resultado dessa voz e a chegada da sua mensagem, e o cumprimento do seu ministério na obtenção de uma companhia dentre um povo que professa ser do Senhor, cuja preocupação de total absorção é com o próprio Senhor.
Neste capítulo somos conduzidos a insistir por um tempo na voz do tempo do fim, na medida em que é ilustrado nas profecias de Malaquias, isto pode ser reunido numas verdades muito claramente definidas. Você perceberá, e provavelmente tem sido impressionado pela leitura do capítulo um, que o objetivo muito definitivo e claramente em vista nessa altura era o altar. E depois, enquanto continua a ler você chega à vinda do Senhor. E você percebe que estas duas coisas estão muito intimamente relacionadas: o altar e a vinda. Isso, em meu entender, representa a mensagem inclusiva da voz do fim. Há muito incluído, mas essa é a característica dominante deste instrumento do tempo do fim: a relação do altar com a vinda do Senhor. O capítulo 1 tem a ver com o altar, o capítulo 3 e 4 com a vinda, e o capítulo 2 tem a ver com o sacerdócio. Agora passemos imediatamente à importância disto. É uma mensagem muito solene, mas confio que é muito desafiante para buscar o Senhor quanto a um renovo deste ministério no fim do tempo. Então, se faz necessário que vejamos muito claramente esta ligação entre o altar e a vinda.
No capítulo 1 vemos o altar desonrado, profanado. Lá estão aquelas coisas terríveis que foram atribuídas ao povo que professava ser de Deus nesse capítulo. Eles tinham a mesa do Senhor como desprezível. Eles traziam ao altar do Senhor o coxo e o cego, o defeituoso, o imperfeito, e por isso eles falharam em reconhecer a natureza fundamental dos tratos de Deus na graça e misericórdia para com eles, e em apreciar o amor infinitivo de Deus. E esse era o clamor de Deus, "Eu tenho vos amado", e a reposta deles é, "Em que nos tens amado?" Logo você observa que a questão do amor Divino é abordada. Pelas suas atitudes e suas condutas em relação ao altar eles demonstravam que tinham falhado completamente em reconhecer tanto a maravilha como o amor Divino. Como? Bem, para nós é uma verdade familiar e, no entanto, deve aparecer aqui novamente como uma ênfase fresca de uma mensagem no tempo do fim.
Veja, o altar do Senhor, que representava a graça do Senhor Jesus, pretendia ser ocupado pelo que representava as absolutas perfeições de Deus em Cristo, sem mancha nem mácula - todas essas perfeições espirituais e morais do Senhor Jesus sem nenhum defeito, nenhuma falha, nenhuma mancha. Não o cego, o coxo, o poluído, pois isso é uma falha em apreciar a pessoa e obra de Cristo pela Sua cruz, e quando eles ofereciam aquilo, era completamente diferente do Senhor. Representava da parte deles uma terrível degradação do próprio Cordeiro de Deus, da própria provisão de Deus para Si mesmo com um Cordeiro. Reduzia ao Senhor Jesus para um lugar que representava o cego, o coxo, o manchado e por isso eles falharam em reconhecer em espírito o princípio fundamental subjacente do altar: que era santo, sem mancha, sem mácula, o sacrifício representando a absoluta perfeição do único sacrifício eterno de Deus. E o amor de Deus estava na Sua própria provisão.
Deu amou tanto... que quando não poderia ser achado neste universo aquilo que Ele demandava para a Sua própria satisfação e, por conseguinte, todos são achados corruptos e pecaminosos, o juízo universal deve inevitavelmente ser imposto a todos - Deus achou no Seu amor um meio, ao encontrar um sacrifício perfeitamente imaculado. Esse é o amor de Deus em Cristo, e eles falharam em reconhecê-lo. "Eu vos tenho amado..." "Onde?" "Vocês perderam o próprio princípio do altar e o que você está fazendo é trazendo o fruto da sua própria seleção, do seu próprio juízo e ideias nas coisas, ao invés daquilo que é da Minha mente". Isto é uma aplicação muito prática.
Nós saímos da esfera do ritual judaico, sacrifícios, e esse sistema, para esta esfera espiritual representado desse modo. Realidades espirituais são transportadas para dentro desta era cristã e quando tentamos nos apresentar ao Senhor em toda a nossa cegueira e manqueira, indignidade e macula, e pensamos que porque nos apresentamos a Ele estamos Lhe satisfazendo, estamos, no entanto, pondo de lado o Senhor Jesus; deslocando Ele, falhando em apreciá-Lo. "Não é o que eu sou, mas o que Tu és". Nós estamos sempre tentando trazer a Deus algum tipo de satisfação pelas nossas obras, nossos esforços, nossas empreitadas, e a satisfação de Deus está somente no Senhor Jesus. Ele é tudo, Ele faz tudo, e fora Dele não existe satisfação no coração Divino. Mas uma vez que obtemos um vislumbre desse grande fato, que o Senhor Jesus abrange totalmente a provisão de Deus para toda a nossa necessidade, e temos o nosso olhar Nele numa profunda, verdadeira e adequada apreciação, então O Pai fica satisfeito. Logo temos comunhão, logo temos alegria, logo conhecemos a paz. Mas veja, este povo estava trazendo o fruto das suas próprias obras e eles não conseguiam entender porque a benção de Deus não estava sobre eles, sobre a terra deles, sobre os seus trabalhos; havia uma maldição em toda parte. Eles não conseguiam entender porque o Senhor não o estava aceitando, e eles estavam culpando e combatendo o Senhor todo o tempo, "Em que...?; "Em que temos roubado Você?" É a própria cegueira deles para verem seus fracassos, a incapacidade deles para ver que eles colocaram algo no lugar do Senhor Jesus que não é digno Dele.
Agora, um ponto com o qual um ministro de um tempo do fim deve começar é o ponto de dar ao Senhor Jesus o Seu devido lugar; e o ministério de um instrumento do tempo do fim está supremamente na direção de uma nova apreciação da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Você hoje percebe que ainda cristãos bem intencionados, sérios, entusiasmados, estão falhando em reconhecer que o Senhor Jesus é tudo. Eles estão dando demasiado valor ao empreendimento cristão; você ouve falar muito sobre a consagração de dons, talentos, habilidades naturais e de todas estas coisas para o Senhor, e existe um perigo e risco subjacente sobre tudo isso - como se isso pudesse satisfazer o Senhor. Ainda que tenhamos todas as dotações, toda a vantagem natural, a menos que todos os méritos e valores do Senhor Jesus se tornem o incenso misturado na bacia das ofertas, nem um pouco disso entrará na presença de Deus. Nada fora do Senhor Jesus. Temos de reconhecer que nenhum esforço nosso e nenhuma consagração nossa, nosso derramar nas atividades e iniciativas cristãs, podem satisfazer Deus ou conseguir alguma coisa. Tudo está absolutamente na base de que o Senhor Jesus é tudo, e nós, na melhor das hipóteses, somos nada separados Dele. Simples, mas isto tem de ser reconhecido.
Uma coisa muito sútil é que essa estrofe que é muitas vezes cantada nestes dias: "Assim como sou, jovem forte e livre, para ser o melhor que puder ser pela verdade e justiça e Tu, Senhor da minha vida, eu venho". É heresia, contrário à Escritura. Não é o que puder ser, mas o que Ele é; não o que sou, mas o que Ele é. E você sabe muito bem que isso tem sido incutido em você, é sobre isso que o grande apóstolo disse que todas as coisas que eram de vantagem e benefício natural através da herança e dotação foi tida por ele como próprio refugo para que ele ganhasse Cristo e fosse achado Nele. Você nunca teria ouvido Paulo dizendo, "O que eu sou e o que eu posso fazer". A sua canção era o que Ele é e eu sou na melhor das hipóteses, um pobre miserável. Lhe dá toda a importância à Pessoa e à obra do Senhor Jesus. Tem de haver uma recuperação disso. É elementar, mas é a primeira coisa na restauração de um testemunho verdadeiro, e no fim do tempo a principal Figura em vista é para ser o Senhor Jesus.
Aqui, eles estavam poluindo o altar, e a vinda do Senhor tem a ver com o altar sendo trazido de volta para o seu lugar, trazer a cruz para a sua devida posição e para a sua completa posição em todo seu significado quanto às perfeições absolutas da Pessoa e obra do Senhor Jesus. A vinda do Senhor tem a ver com isso, e tem de haver uma ênfase nova sobre a cruz neste sentido: a cruz representando tudo que o Senhor Jesus é, e o que Cristo tem unicamente, absolutamente, finalmente feito, no qual o homem não tem uma palavra a dizer e nem cabimento, do qual o homem é excluído como sendo completamente indigno. Tem de haver uma retorno para isso no fim do tempo, e pode ser apenas num remanescente de um remanescente que representará a plenitude do significado do Calvário no fim, mas isso é o que o Senhor está procurando.
Queremos ver ainda a ligação entre o altar, a cruz e a vinda. Veja, a cruz representa a obtenção dos direitos de Deus neste universo. Foi na cruz e pela cruz do Senhor Jesus que os direitos universais de Deus foram assegurados neste universo. Anteriormente foi mostrado a você como o altar ao longo de todo o Velho Testamento foi o início de todo o testemunho, e o sangue derramado era aquilo pelo qual o território era reivindicado como de Deus, reconhecido como de Deus. Logo que o pecado entrou no princípio e os direitos de Deus foram disputados pelo adversário, e a soberania de Deus na raça e na terra foi posta de lado, um altar e derramamento de sangue foram o meio pelo qual os direitos de Deus eram confirmados. E quando mais tarde o pecado se espalhou, e Deus contemplou a iniquidade do homem e determinou julgar e destruí-lo, e o diluvio veio, um altar numa terra renovada foi instantaneamente levantado como testemunho ao fato de que a terra é do Senhor em virtude do sangue derramado, pelo qual o pecado foi lidado.
Avancemos para Abraão, tirado para uma terra da escolha e paradeiro Divino - logo um altar é imediatamente montado, no qual o testemunho é dado em virtude do sacrifício e deste altar - isto é do Senhor, os direitos do Senhor estão aqui. Leve isso adiante e você verá como o Senhor estava sempre declarando os Seus direitos nessa terra. Até o fim, o altar era o meio de Deus declarar os Seus direitos, representando a salvagurada desses direitos no poder do sangue derramado. O calvário reúne toda a tipologia e símbolos através do universo, os direitos de Deus assegurados no Senhor Jesus para a absoluta, indivisa autoridade, e o usurpador expulso. "Agora será o príncipe deste mundo expulso". Os direitos absolutos de Deus; isso é o altar, isso é a cruz. A vinda do Senhor está vitalmente relacionada com isso como a solução.
Na cruz os direitos são assegurados no céu. Na vinda do Senhor Ele vem nos Seus direitos, toma possessão do que Ele comprou e assegurou pelo Seu Sangue. Não é um assunto de datas, não um assunto de eventos; é um assunto de atos e efeitos, de princípio e fim. Porque é que quando a qualquer tempo na era, que a vinda do Senhor se torna o tema central do Seu povo em cântico ou meditação, sempre há um levantamento do espírito e você é sustentado? Por quê? Foi assim nos dias apostólicos e tem sido assim pelos séculos. No dia deles havia pela frente mil ou dois mil anos, mas eles estavam cheios de alegria quando o contemplavam. Era uma falsa alegria, uma mera emoção? Nunca! Hoje você canta um hino e o Espírito entra - por quê? Porque não é um assunto de dias, tempo, eventos, sinais. É isto: no Calvário os Seus direitos foram assegurados e na Sua vinda os Seus direitos são possuídos, e as duas coisas são uma. Atemporal. Ele entra nos Seus direitos na Sua vinda que Ele assegurou na Sua cruz. Se você profana o altar e rouba da absoluta perfeição da Pessoa do Senhor Jesus então a vinda do Senhor vai ser juízo, e quem a suportará? O capítulo 3 é escrito para pessoas que professam ser de Deus.
Você tem dois fatos acerca da vinda do Senhor aqui em Malaquias. Um é exercício, e o outro é tribulação para o povo de Deus. Capítulo 4:2: "Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas" - tribulação para alguns do povo de Deus na Sua vinda, arrebatamento para outros. A tribulação será necessária como o crisol. Ele tem de ser glorificado nos Seus santos e ser maravilhado pelos que contemplarem. Esse é o significado do fogo do ourives - você conhece a imagem. Aqui o ourives se senta perto do caldeirão e observa o fogo enquanto faz seu trabalho, até que ele possa ver o reflexo da sua face no metal derretido e então saiba se o trabalho está feito. Ele vai ser glorificado nos Seus santos. Do que o Senhor está atrás é de obter um povo que traga o Seu próprio reflexo. Esta é a razão dos fogos, mas existem aqueles cujos corações não estão entregues totalmente ao Senhor; estes estão representados por esses outros no Capítulo 1, e para eles a vinda do Senhor significa tribulação, não para destruição, mas para salvação, e exigirá algo de tribulação para trazer algumas pessoas por inteiro ao Senhor, e a tribulação não está muito distante.
Não procuro tribulações mas o arrebatamento, porém, você não vai ser arrebatado vivendo qualquer tipo de vida cristã. É para quem a Sua face é refletida que serão arrebatados, e haverá alguma obra de tribulação para preparar outros. Agora, aguente essa palavra. Alguém já passou por tantas no passado que repudiou qualquer sugestão desse tipo, e [pensa] que todos os que creem no Senhor Jesus serão certamente arrebatados quando Ele vier, e alguém já disse, "será que você está completamente satisfeito com a maneira em que a maioria dos que professam ser cristãos estão vivendo?" "Ó não!" "Você não acredita que o Senhor quer e requer algo mais a ser feito agora do que isto? Não levará um pouco mais de tribulações para realizá-lo?" Sim, eles estão de acordo. Ele se sentará como um ourives para purificar os filhos de Levi. Quando o Senhor vier, e tome aqueles que estão procurando Ele secretamente, assim como Ele vai fazer, a tribulação então começará. Bendito seja Deus que a tribulação será produtiva para os santos, fará uma obra nos corações. Mas não é necessário que hajam fogos de tribulação; podemos ser arrebatados. A coisa que resolve todo este assunto é a nossa apreciação da Pessoa e obra do Senhor Jesus. Essa é a ligação entre a cruz e a vinda. Mas logo há um outro passo neste assunto.
Veja, Israel era para ser o instrumento do Senhor em todas as nações, representando e permanecendo pelos Seus direitos nas nações; isso é para o que Israel foi levantado; para ser o testemunho de Deus nas nações quanto aos Seus direitos absolutos. Lemos em Malaquias 1:11: "Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os Gentios o Meu Nome". O Senhor é zeloso quanto ao Seu Nome nas nações. Essa pequena companhia dos que temiam o Senhor, falavam uns aos outros, e se lembravam do Seu Nome, estavam preocupados pelo Testemunho do Senhor nas nações. A carga deles era: "Tal como estão as coisas hoje, estão decepcionando ao Senhor nas nações. O testemunho de Deus nas nações não é o que deveria ser por causa do povo de Deus", por isso, eles lembravam ansiosamente, solenemente, com corações quebrantados pelo Seu Nome. "Meu Nome" - essa era a preocupação deles, e era para Israel manter todo o significado e testemunho pleno desse Nome nas nações. Eles falharam Deus. O que Deus tem em vista e o que está no Seu coração no tempo do fim é que o Seu Nome seja honrado nas nações, e é o Evangelho que está à vista aqui; a evidência de Deus, dos Seus direitos absolutos e soberania nas nações por meio da cruz. Essa é a mensagem da voz no fim do tempo, que nas nações o Nome de Deus seja honrado. Deus está lá representado por aqueles que honram o Seu Nome e permanecem no testemunho do Seu Nome na base dos Seus direitos em virtude do Seu sangue.
Sinto que tenho falhado em reconhecer que a vinda do Senhor é uma parte essencial e indispensável do Evangelho. Temos pensado do Evangelho como tendo a ver com a salvação, regeneração, novo nascimento das almas, e o Evangelho é essencialmente a vinda do Senhor, porque a vinda do Senhor é a consumação da cruz na salvação. E você não terá uma mensagem adequada do Evangelho ou Objetivo a apresentar ao não salvo, sejam eles civilizados ou incivilizados, a menos que você lhes apresente a vinda do Senhor. Haveria uma volta muito maior ao Senhor se na pregação do Evangelho a vinda do Senhor fosse pregada. Se nós saíssemos para os não salvos e disséssemos mais acerca da vinda do Senhor, nós acharemos o Senhor vindo junto a uma convicção do pecado, porque o Espírito Santo está ansiando para o fim pelo qual a cruz ocorreu. O sangue foi derramado e esse fim é na vinda do Senhor. E nas nações Ele deve ter os direitos representados nos que estão de acordo com o Seu Nome. E Ele vem e coopera com eles, não apenas em relação ao homem sendo salvo, mas na consumação do propósito do Calvário.
Espero que isso tenha chegado até você claramente. É importante. O Evangelho nas nações é o evangelho da vinda do Senhor que inclui a Sua primeira vinda como também o seu propósito. Queremos dar ao Espírito Santo terreno suficiente para agir e para salvar a fim de sermos salvos do inferno e pecado, e entrar no céu, mas isso não é uma base adequada para o Espírito Santo. O único terreno adequado é que o Calvário representou a salvaguarda dos direitos universalmente para Deus em Cristo, e a segunda vinda é a possessão deles. Ele está vindo para ter eles.
Me pergunto se o Senhor não estará tentando conseguir um novo tipo de missionário; um novo tipo de pregador do evangelho. Me pergunto se o Senhor está simplesmente satisfeito com o que chamamos simples mensagens evangélicas. Não me entenda mal - não estou ridicularizando - tenho um forte persentimento de que o Senhor quer algo mais do que isso, e a única coisa que satisfará completamente Deus será aquilo que permanece no terreno pleno do Calvário em todo seu triunfo universal na soberania do Senhor Jesus e assegure os direitos de Deus, e que não sairá de esse terreno, e proclame não só que esses direitos foram assegurados na cruz, mas que Ele está vindo para ter os Seu direitos. Esse é o missionário que Deus requer. Obtenha essa visão, obtenha essa vocação, obtenham isso nos seus corações adequadamente e acredito que o Senhor descerá sobre isso e fará uma coisa nova.
É impressionante quantas almas já foram salvas na força de uma mensagem sobre a vinda ou o Senhor. Por quê? O elemento do medo? Mas o Senhor sabe quais são os elementos e o Senhor nunca salva e regenera uma alma numa base inadequada, e o Senhor sabe se um homem ou uma mulher se volta para Ele porque têm medo do que está vindo. O Espírito Santo vê tudo que o Calvário significa na salvação dessa alma, a consumação do objetivo do Calvário. E muitas vezes Ele traz convicções tremendas do pecado pela mensagem da segunda vinda do Senhor. É verdade. É por isso que eles podiam pregar no poder do Espírito Santo ao menos dois mil anos antes que o Senhor venha. Explique isso. O Espírito Santo não está limitado ao tempo no Seu conhecimento; Deus não está ignorando que seria dois mil anos antes que acontecesse. Estava Ele lhes fazendo passar um bom tempo numa coisa que não aconteceria até anos depois? Não, o poder do Espírito Santo desceu sobre eles enquanto eles proclamavam a vinda do Senhor, porque o Espírito Santo viu o fim da salvação e trouce os fins dos tempos - o princípio e o fim. O único fim de Deus estava no coração do Espírito Santo, que a salvação era apenas o princípio, a consumação estava na Sua vinda, e por isso o Espírito Santo se regozijava vendo o princípio e o fim convergidos, e a alegria do Espírito Santo estava nos seus corações. Creio que essa é a explicação, é por isso que Malaquias une juntamente o altar e a vinda do Senhor como a sua mensagem do tempo do fim.
Para alguns, a vinda do Senhor iria ser como o nascer do Sol com cura nas Suas asas, porque eles tinham a própria apreciação do Senhor do altar e aquilo que era oferecido sobre o mesmo. Para outros, a vinda do Senhor significa tribulação e purgação, porque eles não têm essa apreciação do altar.
Agora, essa é a mensagem em Atos; a soberania absoluta do Senhor Jesus pela Sua cruz estabelecida em virtude do Seu sangue e consumado pelo Seu retorno. Esse é o Evangelho. Leve isso. O Senhor coloque isso no seus corações e faça de vocês missionários nessa base. É um testemunho nas nações. Este Evangelho da vinda será pregado em toda nação para testemunho. A tradução literal é "Este Evangelho da Soberania será proclamado em toda nação para estabelecer a evidência da Soberania de Jesus Cristo". Essa é a obra de um missionário. Erguer um altar por Abraão na terra: "estabelecendo a evidência". A ereção do altar por Noé na terra renovada: "estabelecendo a evidência". O Evangelho de Cristo nas nações estabelece a evidência da soberania de Jesus Cristo, em virtude do Seu sangue, cuja soberania vai ser consumada e dada a conhecer na Sua segunda vinda. Ele será Senhor dos senhores e Rei de reis, Príncipe dos reis da terra. E assim o método do Senhor é introduzir isso nas nações, o qual, permanecendo no significado e mensagem pleno da cruz e o sangue, é a Sua evidência. Esse é o testemunho.
O objetivo do inimigo é tirar isso, levar Abraão para fora à terra do Egito, ludibriar Noé para que desonre aquilo que ele fez. E se o inimigo conseguir que você se retire do lugar em que você estabelece seu testemunho, ele tirará você desse lugar se ele puder. Ele mexerá com tudo para conduzir você para fora, fazer com que você fuja, se ele conseguir destruir a evidência.
Você se lembra que Absalão desviou Davi do trono? E o Rei Davi, assim que saiu da cidade, enviou os sacerdotes para a cidade e disse, "Fiquem lá e mantenham posições; Eu estou voltando de novo", e quando Davi voltou ele achou alguns lá que tinham sido fieis todo o tempo. O Senhor tem a Sua evidência na terra em você e eu; Ele está voltando para aquilo que é Dele. O inimigo sim quer destruir a Sua evidência, o Seu instrumento nas nações; é por isso que o torna tão difícil e tenta operar no povo de Deus para que desistam. Reconhecer os fatores espirituais por trás destas pressões que são sempre calculadas para nos desviar, nos fazer recuar no nosso testemunho, e os métodos do inimigo para fazer isso são inumeráveis. Às vezes por condições externas, às vezes pela provação, adversidade, sofrimento, pressão interna, peso, trevas, um senso do inferno, ou ao criar uma atmosfera como se fosse real, uma sugestão de que tudo era um mito, ou que você estava num caminho errado, você escolheu um caminho falso e o Senhor deixou você nele - você nunca conseguirá esgotar seus métodos, mas todos visam fazer com que você deixe o terreno que você tem assumido no Nome do Senhor em virtude do sangue, e é por isso que existe tanta ênfase dada a "apegai-vos com firmeza até que eu venha", não ser movido facilmente da esperança do evangelho; não sendo movido; não jogando fora a sua confiança. É um grande clamor: persevere até o fim pela graça de Deus, pela energia do Espírito Santo. Existem grandes fatores subjacentes ao assumir uma posição no Nome de Cristo e em virtude do sangue em qualquer lugar nesta terra. Você terá desafiado os direitos do inferno no Nome Daquele que somente tem o direito de reinar. É aí onde a cruz e a vinda convergem.
Acho que encerrarei aí. É suficiente, mas precisamos que o Senhor proteja, guarde o que tem sido dito, porém, Ele é suficiente. Nós Lhe concedemos o lugar de supremacia absoluta, e Aquele que nos trouce até aqui pode nos levar avante. Aquele que começou uma boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo. Que o Senhor nos ajude a ver algo mais do que Ele está atrás, o qual explica a crescente pressão no fim. Que o Senhor encha os nossos corações com a alegria da Sua vinda. Exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.