por T. Austin-Sparks
Capítulo 1 – As Condições Peculiares de um Tempo do Fim
Leitura: Lucas 2:25-38; 1Cor. 10:11; Heb. 8:13, 9:26.
Somos conduzidos nesta hora a tomar nota do fato de que estamos no tempo do fim, e que Deus faz uma obra peculiar num tempo como esse. As coisas ficam muito estranhas e muito difíceis num tempo do fim; tudo parece ser jogado para um estado de distúrbio. agitação, pressão intensa e conflito. As grandes forças conflitantes neste universo registram-se muito terrivelmente e intensamente sobre aquilo que é de Deus e sobre aqueles que contam para Ele, de modo que muitas vezes surge o senso de que isto é um real final, e uma pergunta quanto ao que mais é possível. Interiormente sentimos que o caminho está ficando excessivamente cercado: “frustração” é a palavra que parece prevalecer, e exteriormente tudo está num estado de uma séria e grande dúvida quanto ao futuro. De certo, torna-se mais persistentemente a experiência do verdadeiro povo de Deus, de que eles poderiam desistir e abandonar tudo. Os caminhos pelos que isto opera são numerosos, mas todo o efeito é para paralisar e pôr fora de comissão aquilo que é de Deus e levá-lo a um completo congelamento. É isto, então, isso irá governar nossa consideração nesta hora – que estamos num tempo do fim e que nos tempos do fim, a obra de Deus toma uma forma especial e é de uma natureza particular. Obviamente torna-se supremamente importante e necessário para o povo do Senhor conhecer o tempo em que vivem, quais são os portentos, e que é o que Deus faria num tempo como esse.
Lhe sugiro que isso constitui uma razão real para ajuntarmos numa conferência séria e solene, pois não é algo que podemos tomar só como parte de uma sequência de meditações. Nossa consideração disto pode ser supremamente crucial e numa maneira peculiar relacionada a um tempo na história deste mundo, e da obra de Deus neste mundo, que é de tremenda importância e não será repetida.
Agora, este assunto do tempo do fim e obra de Deus nesse tempo é posto muito plenamente e claramente em vista por Simeão e Ana. Não há dúvidas de que eles representam primeiramente um tempo do fim – um tempo do fim quanto à dispensação, e um tempo do fim com relação à época própria deles, pois eles eram de avançada idade. E depois eles também representam o serviço de Deus num tempo como esse. Simeão usou a palavra dele mesmo - “Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, (escravo, a palavra é) segundo a tua palavra”. “Teu servo”. Ana foi achada continuando no templo em jejuns e súplicas dia e noite, não o deixando, uma profetisa assim ocupada na casa de Deus; e se isso não é uma imagem do serviço, o que é?
Vou, em primeiro lugar, começar no fator da idade. Me permita dizer de uma vez que, embora vou falar acerca de idade avançada, minha mensagem é principalmente para jovens. Se isso soa pouco gentil e justo para outros, me permita colocá-lo desta forma: idade não é de modo algum uma questão de anos. Você pode ser jovem em anos e ainda estar muito além de seus anos, ou você pode ser velho em anos e estar muito atrás de seus anos. Isto é um questão espiritual. Este fator de idade, como representado por Simeão e Ana, corresponde à palavra em Hebreus 8, “Ele transformou em antiquada a primeira. E o que se torna superado e envelhecido, está próximo do aniquilamento”; e outra vez, às palavras em 1 Cor. 10, “para nós sobre quem o final dos tempos já chegou!” Isso nos deixa muito velhos, não é?
Bem, agora, qual é a imagem que temos diante de nós? Temos um homem envelhecido com um bebê em seus braços, ao mesmo tempo pondo um fim e um começo juntamente, um fim transferido para um começo, um começo assumindo toda a plenitude representada pelo velho. É o velho passando e dando lugar para o novo. Se obtermos a ideia Divina, o pensamento espiritual, quanto a isto – um homem envelhecido com um bebê em suas mãos – logo nós vemos que do ponto de vista de Deus esse é o principio Divino. Idade não é diminuição, contração, declínio, depreciação. Essa não é a mente de Deus sobre a velhice. Há uma passagem em Isaías que diz, “A criança morrerá a partir dos cem anos” (Isa. 65:20). Existe um estado, uma condição, uma esfera na qual uma criança morrerá a partir dos cem anos. Significa que há um principio aqui – que existe uma esfera na qual a idade tem a criança presente, tem o bebê lá em seus braços. Aos cem anos de idade a criança não se foi, é ainda a criança. O pensamento Divino acerca da velhice é antes de plenitude, plenitude para o enriquecimento do que ainda é para ser, e o que está prestes a vir; para fornecer uma herança; não para morrer e levar tudo consigo e para isso ser o final, mas para ter algo muito pleno e rico a ser assumido e prosseguido e expressado em novidade, frescor, juventude; todos os valores de uma longa história apresentada em novas formas. Isso é o que está aqui.
Você conhece as instâncias na Bíblia de infância ligada à velhice. Quanto é feito deste principio espiritual em relação a Abraão e Isaque! Quando Abraão era velho, Isaque nasceu. O fato é tomado para expressar isto – que quando há uma grande acumulação de história e conhecimento espiritual, Deus reproduzirá isso, Ele lhe dará forma uma e outra vez. “Por Isaque é que tua descendência será considerada perpetuamente” (Gên. 21:12). Ou novamente, Jacó e Benjamin, a criança de sua velhice; e a criança Samuel. Não é apenas uma imagem bonita, mas é uma muito significante, essa criança do lado do envelhecido Eli. Deus começou lá novamente, bem na presença de algo que estava em si mesmo prestes a desvanecer-se, porém assumindo todos seus valores espirituais para reproduzir eles e exibir todos seus valores intrínsecos. Aqui novamente estão os envelhecidos Simeão e Ana, - por certas computações chegamos à conclusão de que Ana tinha 106 anos neste ponto – estes dois com um bebê. Não é um final com Deus; é algo muito mais do que isso.
De modo que a coisa inclusiva representada por Simeão e Ana é plenitude pelo cumprimento. Primeiramente, foi o completar de uma fase, a recolha de todos os valores espirituais passados, como representado nestes dois, para uma nova ordem totalmente espiritual, a ordem de Cristo.
Simeão tão claramente fala dessa transição mencionada no primeiro capítulo da carta aos Hebreus: “Havendo Deus, desde a antiguidade, falado, em várias ocasiões e de muitas formas, aos nossos pais, por intermédio dos profetas, nestes últimos tempos, nos falou mediante seu Filho”. É uma transição do fragmentário, do parcial, do ocasional, do diverso, para o completo, para a inclusividade do unificado, para o último. Essa é a transição aqui representada. A entrada de um Bebê, o Cristo, segurando Ele nas suas mãos, era em figura, simplesmente a recolha de tudo que tinha sido de Deus no passado, e centralizando-o em Cristo, e vendo como Ele o toma e é o cumprimento disso, e o transcende.
Veja Simeão, então, como o passado. Algo estava acontecendo agora com a entrada deste Bebê, a entrada do Cristo. Não é sem um certo significado que o Evangelho de Mateus foi colocado fora de ordem cronológica e colocado em primeiro lugar no nosso Novo Testamento. Nesse Evangelho, uma e outra vez, Mateus usa esta frase, “para que as escrituras se cumprissem”, ou, “para que se cumprisse aquilo que foi falado pelo profeta”. É característico do Evangelho de Mateus. Apontava para atrás, para todas as Escrituras que estavam olhando na direção deste Cristo, em Quem eram para achar seus cumprimentos, suas realizações, suas finalidades e suas transcendências. Todas as esperanças, todas as expectações, todas as promessas, todas as antecipações e todas as previsões, foras recolhidas nas mãos de Simeão aquele dia, enquanto ele segurava esse Bebê. A Esperança de Israel estava nas suas mãos. Que longa esperança, que esperança atribulada! Mesmo através de todas suas falhas, quando terrível e escuro desespero parecia às vezes ter se estabelecido sobre eles e eles clamavam que seus caminhos estavam escondidos do Senhor e seus juízos passavam do Deus deles, ainda eles acalentavam uma esperança. Através de todas as falhas deles, através de todos os seus sofrimentos, eles ainda se seguravam à esperança de que ainda havia algo para ser. Por meio de todos seus juízos que foram derramados sobre eles do céu pelos seus pecados, eles ainda se agarravam às promessas e criam que eles um dia veriam a salvação do Senhor. Oh, aqui está tudo nas mãos de Simeão! Todo esse passado está aqui presente nesses braços. Esse Pequeno responde a tudo isso. A Esperança de Israel!
Esta expectação e esperança atingiu sua consumação nestes mesmos dois que, com outros, estavam procurando pela consolação de Israel, a redenção de Jerusalém. Eles estavam procurando; e que dia foi de pouco prospecto, de aparente desesperança! E contudo haviam aqueles que estavam ainda esperando, ainda crendo, ainda agarrando. E lá naquele dia estava Simeão, segurando em suas mãos o cumprimento de todas as esperanças e expectações e promessas – segurando a completa personificação do pleno pensamento de Deus. Simeão segurou tudo isso em suas mãos, e pelas suas palavras e atitude, e espírito, você pode ver ele projetando isso no futuro, o retendo. “Este menino está destinado a ser...” - todo o futuro vai ser afetado por Ele. Foi um momento tremendo.
Ah, mas observe, carrega consigo um despojo de toda armação de sistemas terrenos. Não era mais aquilo que envolvia Cristo, era Cristo mesmo. Todos os envoltórios de Cristo acabaram naquela hora. Que hora aquela foi! O envolver em tipos e figuras, símbolos e profecias e todo o sistema do Judaísmo, toda essa armação foi destruída e despida aquele dia, e a realidade manifesta de tudo que tinha sido herdado e intrínseco no passado estava nas mãos de Simeão, para ser transmitido para o futuro. Foi uma crise, foi uma virada das dispensações. Foi um passar de tudo que era meramente de sistemas terrenos em relação a Cristo, para o Cristo mesmo: e isso não é nada pequeno, e essa é a marca do tempo do fim.
Veja ao que chegamos. Cristo mesmo emerge da armação de coisas, de todo o andaime das épocas passadas, de todo o figurativo e tipológico e simbólico, e transcende as coisas pela Sua própria Pessoa. Existe toda uma diferença entre Ele mesmo e Suas coisas. Até aquele momento, o povo de Deus tinha ficado ocupado com as coisas concernentes ao Cristo: agora eles estavam a ficar ocupados com o Cristo mesmo. Foi um tremendo momento. Isto é o que será num tempo do fim. Esse é o ponto. Um tempo do fim é transição de armações para o essencial e o intrínseco, transição de todas as obras e as coisas relacionadas a Cristo para aquilo que é conhecido Dele mesmo. Tudo o resto vai ser despido, e nós estamos no dia em que esse despir tem seriamente começado. O resultado vai ser – posso colocá-lo desta forma? - quanto temos na verdade em nossas mãos do mesmo Cristo em si, quanto estamos ocupados com as coisas concernentes a Ele, o envoltório de Cristo.
Esta obra de transição vai ser realizada, pois este é um movimento do tempo do fim. O vejo aqui tão claramente, a prefiguração das profecias desse outro tempo do fim o qual temos no livro de Apocalipse, quando o filho-homem é parido, e as últimas coisas estão em vista. Num tempo como esse tudo vai ser testado e desafiado pelas forças que serão soltas do inferno. Começou com a entrada deste primeiro filho-homem, o Senhor Jesus, sendo desatadas forças satânicas e infernais que se passaram continuamente por toda esta dispensação. Herodes ouviu, e desembainhou sua espada, ocasionando uma terrível massacre, num esforço para maquinar a morte Deste; e a partir daquele momento o inferno saiu (e tem continuado a estar fora) não contra um sistema mas contra uma Pessoa viva. Então, aqui vemos o filho-homem apresentado e as reações tremendas que são imediatamente provocadas.
Passe para Apocalipse 12, e lá você vê uma companhia corporativa chamada filho-homem. (é corporativa porque a linguagem é “e eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”). Esta é a contrapartida corporativa do individual, do pessoal. Quando essa expressão corporativa do filho-homem é apresentada no livro de Apocalipse, que você tem? - uma liberação o mais violenta de forças malvadas para a destruição de tudo que fala de Cristo.
Bem, agora, o que é o serviço de Deus num tempo do fim? Na medida do que temos passado, certamente somos capazes de ver uma ou duas coisas. A obra particular de Deus num tempo do fim é, para começar, a constituição de uma dispensação nova e espiritualmente inclusiva, uma nova era de tipo essencialmente e completamente espiritual. Em Heb. 12:27 temos, “Ora, esta frase, 'ainda uma vez', indica a remoção de coisas que podem ser abaladas, isto é, as coisas criadas, para que permaneça o que não pode ser abalado”. Essa palavra 'remoção' realmente significa a transferência ou a transportação para uma outra ou diferente base. O fato de que isso venha no fim da carta aos Hebreus é significante, pois essa carta está só cheia desse sistema terreno do Judaísmo com todas suas formas, seus rituais, suas maquiagens e constituições. Tudo que é terreno, mesmo em relação a Deus, vai ser removido, e tudo vai ser transferido para uma outra base – uma base espiritual, celestial; e quando as coisas começam a acontecer no terreno de um tempo do fim, esse é o caráter do que está ocorrendo. O terreno agora vai ser forçado a dar lugar para o celestial, o temporal para o espiritual, o externo para o interno. Então, será provado só quanto temos que pode ser transferido, pois existem muitas coisas que não vão ser transferidas. “Carne nem sangue podem herdar o reino de Deus” (1 Cor. 15:50). Isso significa e implica que existe uma inteira ordem de criação que não vai constituir essa ordem eterna; está para desaparecer. Tudo vai ser transferido para uma outra base, e este tipo de coisa se intensifica num tempo do fim. Você vê isso?
Me deixe colocá-lo mais simples. do que Deus vai se encarregar, por pura força das condições, é de que qualquer coisa que é somente temporal se irá e o que é espiritual somente permanecerá. Devem haver portanto, processos intensificados para sacar o espiritual. Não é onde estamos? Não sei qual é sua experiência, mas tocando um e outro aqui e lá, percebo que existe um real entendimento disto. Nunca soubemos de tal conflito espiritual, pressão e dificuldade como estamos conhecendo agora; as coisas parecem ficar além da medida. Não será esta a explicação? O Senhor parece estar se concentrando em sacar valores espirituais, no sentido de predição), nós iremos ver, e estamos já vendo, a remoção de muita coisa, as coisas externas, sobre as quais cristãos têm dependido como se estas coisas constituíssem suas vidas cristãs. Vamos ser forçados a voltar para o lugar onde a questão que nos encara é, afinal, que tenho obtido do Senhor mesmo? Não, que posso fazer, onde posso ir? Mas, o que tenho obtido? Creio que essa é uma muito presente e apropriada pergunta em muitas partes do mundo justamente agora, e será cada vez mais assim que tudo o externo é trazido para um final. Agora é o teste – O que tenho nas minhas mãos?
Sim, a constituição de uma dispensação nova e espiritual. Mas também usei a palavra inclusiva – isto é, a herança de todos os valores que Deus já deu. Isto é, note bem, um principio de dispensação. A história espiritual retorna sobre si mesma, volta para o último ponto de plenitude. Possivelmente você não entende o que quero dizer com isso. Se aconteceu um declínio, seja em nossa própria vida ou na vida da Igreja, mais cedo ou mais tarde seremos forçados a voltar para o ponto onde deixamos a medida plena de Deus. Você pode ver isso acontecendo? O vemos em varias conexões hoje. Tome a matéria da literatura. Há cada vez mais demanda pelas obras antigas. Editores estão achando grande demanda por algo de anos atrás, e está entrando no mercado. As prateleiras têm ficado cheias de coisas cristãs baratas, superficiais, com capas chamativas e tudo isso, e tem havido momentos em que pessoas ficam conscientes que isto não está suprindo a necessidade, e a demanda por algo mais está aparecendo. A chamada é por alguns dos livros que gerações anteriores tinham. Isso está acontecendo. A história está retornando sobre si mesma. Tem havido declínio, perda, superficialidade, frivolidade, barateza, no Cristianismo, e a Igreja vai perecer pela carência de comida sólida a menos que seja provida. Assim o clamor é, “Voltemos para o que havia antes”. Isso está acontecendo em muitas maneiras. É um principio da dispensação. Se Deus tem realmente dado alguma coisa, isso nunca será perdido. O tempo o vindicará. Mais cedo ou mais tarde teremos de voltar. Seremos levados novamente para nossas mesmas vidas no que Deus tem dado. É aqui onde o novo assume o velho.
É um dia lamentável e superficial, e o qual não fará frente às cosias, quando você pensa que você pode dispensar a experiência. Se jovens supõem que podem pensar ligeiramente dos que têm passado através dos fogos e crescido cabelos grisalhos no serviço de Deus, aprendendo a conhecer o Senhor, e deixar esses de lado como antiquados, esse é um dia lamentável para o futuro. Com tudo que é preciso da nova geração, não permita que pensemos que eles podem produzir todo o passado durante suas próprias vidas. Deus os levará novamente sobre o que tem passado antes. Não considere os servos de Deus do passado como antiquados. Eles estão bastante atualizados. Simeão estava bastante atualizado quando ele trouce toda a fartura, plenitude, riqueza do passado nas suas mãos, e, por assim dizer, o transferiu para o novo, para o Bebê, O qual o assumiu tudo, e O qual mais tarde confessou que Ele o tomou tudo. “Não penseis que vim para destruir a lei ou os profetas: Eu não vim para destruir, mas para cumprir” (Mat. 5:17). sempre há, mais cedo ou mais tarde, reações da barateza e superficialidade, e isso geralmente sob constrangimento e compulsão e um senso de ser incapaz de continuar sem algo mais pleno.
A infância nos braços da idade. Sim, e a infância depende desses braços. Penso que não estou indo muito longe em dizer isso aqui, em segurar o infante Cristo nesses braços, tem este significado, que para o cumprimento de Sua vida e ministério, o Cristo depende muito do passado, de tudo que Deus fez anteriormente. A única Bíblia que Ele tinha era o Velho Testamento. Como Ele viveu nele! Quando Ele disse, “O homem não viverá só de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”, Ele estava falando acerca da única Bíblia que Ele tinha, a Palavra de Deus, o Velho Testamento. Veja como o Velho Testamento é usado no Novo. É senão um outro aspecto disto. Um dos mais ricos estudos e mais proveitosas linhas de inquérito é marcar onde o Velho Testamento é achado no Novo e por que é achado lá, o uso que disso faz. Sim, é um fato tremendo que aquilo que é novo depende do que passou antes.
Chegamos ao fim pelo presente observando isto. Devemos viver e devemos trabalhar com nosso olho no valor atrás de nossas vidas. Graças a Deus que pode ser. A vida seria um enigma e intolerável se tudo que temos aprendido através do sofrimento e disciplina desfalecesse conosco e não houvesse nada mais. Não, de modo nenhum é assim. Existe um valor atrás, e devemos viver, digo, e trabalhar, com nosso olho nessa herança que é para darmos para mais além de nosso próprio tempo. No principio que Deus vindica tudo que Ele mesmo fez e deu, e o torna necessário. Então, Ele está tornando necessário para a Sua nova dispensação o que Ele está fazendo em você e em mim agora. Essa nova dispensação vai ser constituída na base do que Ele está fazendo nos seus santos agora. Esse é um principio do Novo Testamento. O que Ele está fazendo na Igreja agora é para ser o bem das épocas vindouras. O que Ele está fazendo em nós, não é uma presunção dizer, vai ser a mesma vida de alguns além de nosso tempo. Portanto não devemos pensar desta vida como algo a ser terminado, a ser vivida para nós mesmos, algo em si mesmo. É algo que é para ser achado novamente para a glória de Deus naquilo que é para ser – transmitir aquilo que tem sido de Deus, o qual nunca pode morrer mas é conservado por Ele para sempre, e será necessário. Me pergunto se isso é um novo pensamento para você? O que o Senhor está fazendo em você através do aumento da medida de Cristo em você, vai ser necessário muito depois de você ter se ido. É um principio, uma lei, que qualquer coisa que Deus faz é para sempre e será necessário.
O deixaremos aí por enquanto e pediremos ao Senhor para nos exercitar bem fortemente acerca deste assunto, de valor intrínseco do conhecimento Dele mesmo pelo tempo que há de ser, através desta transição à qual temos agora tão seriamente entrado.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.