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Cristo, Nosso Tudo (1931)

por T. Austin-Sparks

Primeiramente publicado na revista "A Witness and A Testimony", em Março-Abril de 1931, Vol. 9-2. Origem: "Christ Our All (1931)". (Traduzido por Maria P. Ewald)

Cl 3:4

Um dos principais objetos do Espírito Santo nos filhos de Deus é conduzi-los, espiritualmente e experimentalmente, para dentro do Cristo ressurreto e exaltado, e da vida ressurreta e exaltada de Cristo.

O momento em que vivemos é particularmente marcado por um afastamento das coisas, homens e movimentos, com vistas a um apego total ao próprio Senhor Jesus. O Anticristo logo será manifesto, e provavelmente será por meio de grande movimento mundial de elevação moral e social humana sob o nome de "Cristianismo".

Multidões serão arrastadas por ele, e aqueles que se recusarem a ser incluídos em tal movimento trarão sobre si estigma e ostracismo. O Senhor está Se preparando para o Anticristo tornando o Senhor Jesus o suprimento mais pleno de vida para os Seus, de forma mais ampla do que já tenham experimentado antes.

Trabalhos, projetos, atividades, movimentos, igrejas, sociedades, ensinamentos, pessoas, etc., foram e são a vida de muitos. Estes precisam ter o estímulo de um programa, um esquema, um lugar para ocupar.

O ensino - como algo em si mesmo - pode trazer à confusão e não fornecer nenhum caminho para a vida. A obra pode levar à exaustão e ao desapontamento. Os movimentos podem ser marcados por características meramente humanas e se tornar esferas de dissensão.

As coisas - todas elas - irão decepcionar mais cedo ou mais tarde, mas o Senhor permanece e nunca falha. A medida do apego das pessoas ao Senhor, pode ser medida muitas vezes na medida do apego a algum interesse, seja uma(s) pessoa(s), lugar, movimento ou projeto, e, quando estes entram em colapso, a fé delas no Senhor é abalada, levando-as a atravessar um escuro período de eclipse da fé.

O que precisamos aprender urgentemente é como ligar tudo ao próprio Senhor, e chegar a uma plena apreciação dEle. O Senhor deve ser vida para o espírito para que este possa ser forte; não interesses e meras preocupações. Caso contrário, só nos levantaremos fortemente quando houver o apelo por meio de alguma ocasião externa, crise ou emergência.

O Senhor deve ser vida para nossas mentes, para que a verdade não seja para nós algo abstrato ou meramente verdadeiro, mas vida e poder.

O Senhor deve ser a vida de nossos corpos. Fraqueza natural ou força não é o critério. A cura como uma "verdade" ou como algo em si mesmo pode se tornar escravidão legal e um "pesadelo". É o próprio Senhor que é a nossa vida, seja para permanecer atormentado com enfermidades ou para ser liberto – aquilo que servir mais para a Sua glória. A condição natural não é tão importante quando a transcendência e realização do Senhor.

Nos dias de terrível pressão que estão agora sobre o povo do Senhor em todos os lugares; dias em que o inimigo toma menos "dias de folga”; dias em que é mais perigoso do que nunca que os crentes tomem "dias de folga", há apenas uma coisa adequada - que o Senhor seja conhecido em absoluto como nossa vida - nossa própria vida.

A exortação de Barnabé aos convertidos em Antioquia pode ser uma palavra muito oportuna e salutar para nós neste momento: "exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor" - Atos 11:23.


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