por
T. Austin-Sparks
Primeiramente publicado na revista "A Witness and A Testimony", em Jul-Ago 1932, Vol. 10-4. Origem: "The Cross and Higher Ground". (Traduzido por Marcos Betancort Bolanos)
“Disse a Moisés: Sobe ao Senhor”.
Versículo 12: “Disse o Senhor a Moisés: Sobe a Mim ao monte”.
Se me fosse pedido colocar numa sentença, numa frase, aquilo que acredito que o Senhor tem estado dizendo no meu coração em relação a esta temporada juntos, penso que diria que é “A Cruz e o Terreno mais elevado”. Acredito que o Senhor está dizendo a muitos dos Seus filhos, e deseja dizer, “Sobe a Mim ao monte”. E quando você o analisa, fica muito claro que o pensamento máximo, mais elevado, maior do Senhor para o Seu povo, é que eles ocupem lugares altos, que eles, no sentido correto, sejam um povo exaltado. Todos os movimentos de Deus são nessa direção para o Seu povo. O homem de quem se diz que caminhava com Deus no meio de muitos outros que conheciam o Senhor, terminou a sua carreira aqui subindo para o Senhor. O fim da viagem de Israel no deserto foi subindo a possuir. Elias acabou seu curso com uma mudança ascendente para o Senhor. A história posterior de Israel, quando em relacionamento correto com o Senhor, foi governado por essas grandes temporadas subindo para o Senhor em Jerusalém, e temos uma série de cânticos chamados “Cânticos de Ascensão” ou Salmos da “subida”. O Senhor Jesus não acabou o Seu curso na Cruz ou sepultura, mas subindo: e a Igreja, o Seu Corpo, é destinado a seguir nesse caminho, ir para cima.
Todos estes movimentos representam o pensamento mais elevado de Deus para os Seus. Falhar nisto significa ter falhado a respeito do máximo propósito de Deus. O Senhor é um Senhor exaltado. Ele é representado como sendo “Altíssimo acima de todos”, e Ele deseja que Seu povo O exalte acima de todos, e é algo extraordinário que quando você exalta o Senhor você mesmo sobe. O Senhor deseja que tenhamos pensamentos altos sobre Ele mesmo. Se temos pensamentos baixos sobre o Senhor viveremos uma vida baixa. Se temos pensamentos altos sobre o Senhor sempre subiremos. Isto contém esta simples, e porém, verdade muito rica, o Senhor deseja que o Seu povo esteja em comunhão com Ele mesmo, em lugares altos, num lugar exaltado, numa verdadeira elevação espiritual. Se o fim do curso da Igreja é ser marcado pelo subir da Igreja, então penso que corretamente concluiríamos que em direção ao fim, o Senhor fará uma grande ênfase para repousar sobre ascendência espiritual e moral no Seu povo; que Ele estará chamando para o terreno mais elevado, pois enquanto a nós, penso, acredito, e certamente temos muitas vezes dito, que a cronologia das coisas está ligada com a espiritualidade das coisas. As datas de Deus sincronizam com as condições do Seu povo; não haverá translação da Igreja apenas no terreno da preparação da Igreja para a translação: a hora fixada para subir é fixada por Deus para corresponder com um estado ao qual a Igreja tem chegado. Não haverá uma mera translação mecânica e automática da Igreja. Estará inteiramente relacionada com a condição da Igreja, e portanto, deve haver um lado espiritual como também, o que podemos chamar de lado cronológico, e o subir, literalmente deve estar ligado com o nosso subir espiritualmente e moralmente. Tenho bastante certeza de que o Senhor está procurando obter o Seu povo no terreno mais elevado. O terreno mais elevado da fé, o terreno mais elevado do amor, o terreno mais elevado da comunhão, o terreno mais elevado da visão espiritual e revelação, o terreno mais elevado do poder espiritual, autoridade, o terreno mais elevado da ascendência moral; e é significativo observar que as Escrituras contém montanhas as quais representam todas estas coisas. Essa provavelmente deve ser a esfera de nossa meditação nos momentos durante estes dias.
Nesta tarde não iremos mais além do que até o primeiro passo. Examinemos antes de tudo, em resumo, este fato, pois é um fato, o Senhor está chamando para o terreno mais elevado, e a seguir tomaremos em consideração a primeira coisa e toda inclusiva, relativa ao terreno mais elevado. Mas oh! O efeito disto, amado, não deve ser só mais informação, mais ensino, mais conhecimento, mas deve ter um efeito moral em nós, nos nossos relacionamentos, no assunto da comunhão; temos que ter uma reação de tudo que é baixo, pequeno, mesquinho. Veremos que devemos tomar um terreno mais elevado no assunto de nossos relacionamentos. O nível presente é demasiado baixo, não é elevado o suficiente, não está de acordo ao pensamento de Deus. Na questão do amor de uns pelos outros deve brotar em nós o sentimento de que a maneira em que consideramos os uns aos outros é muito baixa. Devemos tomar a atitude de que é muito baixo, devemos subir mais alto nesta questão. E assim sucessivamente, em todos os assuntos de nossa vida em relação ao Senhor deve haver uma elevação; e devemos ver que está relacionado ao último propósito de Deus. Isto não é uma pequena homilia para a vida diária, que você deve tentar ser mais amoroso e mostrar uma maior consideração, e assim por diante; está relacionado ao grande fim o qual Deus tem em vista; que devemos ver à media que avançamos.
Mas quero aqui destacar quão surpreendente é, e impressionante, que na Palavra de Deus todo aumento e progresso do povo do Senhor está conetado com elevação. De fato, podemos dizer que tudo conetado com o lado positivo do testemunho é trazido por uma eminência. Quando o Senhor vai fazer algo no lado positivo de acrescentar e aumentar o Seu povo, ou avançando eles espiritualmente, quase invariavelmente, se não for invariavelmente, está conetado com algum lugar alto. Isso é surpreendente, isso é impressionante. Este capítulo 24 de Êxodo é um grande exemplo marcante disso. Façamos a observação agora, a fim de que possamos ser detidos por isto. Enfatizo a palavra “positivo” porque existe um lado negativo, e esse é o lado da Cruz. Estamos falando sobre a Cruz e o terreno mais elevado. Existe esse nível de deserto onde a Cruz opera a fim de fazer possível o terreno mais elevado. O deserto não é o terreno positivo de Deus, esse é o lado negativo; que temos que ser crucificados não é o fim de Deus, mas o método essencial de Deus. O pôr de lado do homem por natureza é o que chamamos de lado negativo, o lado positivo é trazer aquilo que é de Deus no nível do propósito de Deus e poder de Deus.
E portanto vemos que tudo que está relacionado ao lado positivo do povo do Senhor e do testemunho do Senhor está ligado com algum terreno elevado. Mas antes de avançar com isso queremos ver o que é todo inclusivo, aquilo no que tudo o mais está ligado neste assunto, e isso é, ver a calçada de Deus, aquilo sobre o qual os Seus pés descansam, por assim dizer, a rodovia de Deus em relação a Seu povo. Venha a Ex. 24 e você o tem (versículo 9-10): A calçada de Deus, aquilo que estava sob Seus pés, como que de uma pedra de safira, que parecia com o próprio céu na sua claridade. Vemos isso como a coisa sobre a qual os pés de Deus descansam, isso, como que dizendo, sobre o que o Senhor sobe e desce, a base e a fundação de tudo que se segue, e você sabe o que se segue. “como que uma pedra de safira”. Não vou me propor a ir por todas as passagens na Escritura onde a pedra de safira é mencionada, você pode fazer isso quando você desejar, para fazer um pequeno estudo da Palavra. Tudo que eu desejo fazer é destacar o que isto significa. A pedra de safira tem um grande lugar na Escritura. Você a encontra em relação à criação, em relação à graça, em relação ao governo, e você a encontrará em relação à glória, tanto a glória celestial como a terrenal. Aqui está em Ex. 24 debaixo dos pés de Deus. Em Ez. 1:26 e 10:1, você a tem, como sobre o brilho de cristal terrível estendido do firmamento. Lam. 4, você vê dito acerca dos príncipes de Sião que são como de pedra safira; e depois em Isa. 54, a metrópole da terra é vista tendo suas fundações colocadas com pedras de safira, e a seguir a Nova Jerusalém em Ap. 21, a segunda fundação é uma safira.
O que é a safira? Penso que se você olhar na Escritura, você perceberá que a pedra de safira indubitavelmente representa Cristo em glória universal. “como o céu em sua claridade”. Você sabe que a safira é a pedra do azul celestial, azul transparente, como o próprio céu em sua claridade. Você percebe o que está acontecendo aqui? “Sob Seus pés como que uma pedra de safira e como o próprio céu em sua claridade”, em sua transparência; e imediatamente seguindo este capítulo, saindo deste capítulo, as instruções para o tabernáculo. Esse tabernáculo é para ser uma representação do Senhor Jesus por completo, do centro até a circunferência, é Cristo apresentado. O elemento predominante na coisa toda é o azul celestial; e todo homem, mulher e filho por todas as suas gerações são ordenados a ter um pouco desse mesmo azul na orla de suas vestes. O elemento predominante ao longo dessa coisa toda, a qual é para ser uma revelação, um desvendar da representação do Senhor Jesus, é o azul celestial. É algo que tem descido do monte. É uma reflexão aqui na terra daquilo que estava sob os pés de Deus, os pés do Deus de Israel. A terra e o céu são unidos nesse azul. O céu e a terra ligados, unidos para revelar o Senhor Jesus em glória universal.
Essa é a natureza de tudo na Palavra de Deus. É aí onde você chega na revelação do propósito eterno e pensamento de Deus, o céu e a terra unidos na revelação da glória de Cristo. Isso é bem conhecido, isso é perfeitamente claro, mas não façamos disso algo trivial. Algo familiar com a verdade disso, amado, não é uma pequena coisa que quando Deus alcança Seu fim, este universo inteiro, o céu e a terra, serão unidos na manifestação da glória do Seu Filho Jesus Cristo. Isso não é algo pequeno. Deus fixou isso, e Deus atingirá o Seu fim. Mas pelo momento, o que está diante de nós é isto, que tudo está relacionado a isso nas atividades de Deus. Deus tem isso em vista todo o tempo, e tudo o que Ele vai dizer, realizar e requerer, está ligado a isso, a glória, a glória universal do Seu Filho Jesus Cristo. Por isso, antes de que uma mão seja colocada a trabalhar para realizar essa representação em tipo, antes de que haja um movimento na esfera prática da realização, tem que haver uma visão e uma revelação de Jesus Cristo na glória.
Se ao Apóstolo Paulo lhe foi dada de uma maneira especial o ministério concernindo essa revelação de Jesus Cristo no mistério do Seu Corpo, antes de que ele possa expressar uma palavra nessa conexão ele deve ter uma revelação de Jesus Cristo na glória; isso é básico para todo o propósito de Deus, e nós nem podemos fazer nada, nem suportar nada até que obtenhamos isso. Veja o fim de Deus e aquilo sobre o qual o olho de Deus está descansado. Por que ter a Moisés, Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel para ascender ao monte e ver o Deus de Israel e aquilo que estava sob Seus pés? A fim de que, certamente, possa haver uma representação adequada do que era de acordo com a mente de Deus. Esta era uma responsabilidade solene que estava-lhes sendo conferida. Eles foram trazidos para ver o que estava sob os pés de Deus a fim de serem responsabilizados para ter tudo construído e mantido em concordância com isso. Setenta dos anciãos; esse é um número representativo do povo de Deus. No Novo Testamento, setenta é uma representação da Igreja inteira. Setenta é uma combinação de dez e sete. Dez é o numero da responsabilidade e sete da perfeição espiritual, e a responsabilidade que estava sendo conferida a estes homens era para a perfeição espiritual do pensamento de Deus em relação ao Senhor Jesus. Eles tinham que ter o pensamento perfeito de Deus sobre o Senhor Jesus e ver que tudo era para ser construído segundo a esse pensamento. O pensamento de Deus desde a eternidade é a glória universal do Seu Filho. O Senhor deve obter algum povo para entrar nos Seus pensamentos sobre o Seu Filho a fim de tomarem responsabilidade em relação a outros, e por isso Ele disse com efeito a eles - “subam ao monte, a subida deles é relacionada a muitos mais. A sua subida é para que você receba uma revelação que colocará você num lugar de grande responsabilidade, mas também de grande privilegio para um ministério que não tem objeto menor e fim do que a glória universal de Jesus Cristo. Suba ao monte”. Certamente, estes são dias nos quais existe uma grande necessidade de chegar à plenitude do pensamento de Deus concernente ao Senhor Jesus. Estes são dias em que a glória de Deus em Cristo precisa ser conhecida, uma recuperação do testemunho completo de Jesus. Para isso o Senhor deverá tomar pelo menos alguns, e levar eles a uma comunhão especial com Ele mesmo, no Seu pensamento. Este é um lugar de elevação.
Oh, mas você percebe o que teve que acontecer antes de que jamais isso pudesse ser? “E Moisés construiu um altar sob o monte”. Isso é um sacrifício. Não houve ascensão ao monte até que o altar tivesse sido construído; sacrifício e sangue derramado. Em outras palavras, não há subida para essas altitudes mais altas de revelação Divina, apreensão Divina, vocação e ministério Divino senão unicamente na base da Cruz realizando sua obra para pôr a natureza de lado, pôr o homem de lado, porque o homem por natureza não pode entrar no pensamento de Deus. “O homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus nem mesmo pode ele conhecê-las”, ele tem de ser posto de lado, a Cruz tem que cortar aí e colocar o homem por natureza fora disto, antes dele entrar na plenitude da mente de Deus e propósito de Deus; e Moisés construiu um altar. A Cruz é sempre as portas de entrada para os mais elevados níveis da vida espiritual. A Cruz é sempre o caminho para os planaltos de Deus, e a cruz não é uma coisa, na medida em que a nós diz ao respeito, feito uma vez para sempre, unicamente no assunto de nossa justificação e nossa aceitação. No lado objetivo está finalizado de uma vez por todas, mas no lado subjetivo deve haver uma morte diária, trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus. Mas esse é o caminho de subida. Às vezes pensamos disso como o caminho de descida, este puxar para baixo, destruição, crucificação, quando vamos chegar ao fim deste negócio? Amado, se soubéssemos, estamos subindo todo o tempo, é o caminho de subida. O Senhor Jesus desceu. Ele subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus, mas se esvaziou a Si mesmo, tornando-se semelhante aos homens, Ele humilhou-se a Si mesmo, tornando-se obediente, até a morte – e o Apóstolo não para aí – tornou-se obediente até a morte e morte de Cruz – não havia nada acerca dessa morte que o homem aplaudiria, não foi esse tipo de mortes que homens teriam em conta e diriam que foi uma morte nobre. Foi a morte mais vergonhosa, degradante, a morte das mortes. Pela qual Deus O exaltou sobremaneira.
Nós não temos nada do que desistir assim, mas o principio funciona, de que a Cruz é aplicada para a destruição da vida de natureza. Não gosta de ser posta de lado. Quantos de vocês gostam de serem tidos como nada? Quantos de vocês têm prazer em pessoas só tratando você como sendo nada? A carne não é feita dessa forma. A Cruz é aplicada para colocar o homem por natureza de lado, e à medida que a Cruz é aplicada há um espiritual subindo todo o tempo: isto é ascendência, subindo a um nova posição, e muitas pessoas nunca alcançam um terreno muito elevado porque eles nunca descem muito baixo, eles não sabem da plenitude do Senhor porque eles conhecem bem pouco do esvaziamento.
Amado, uma nova aplicação da Cruz está no pensamento Divino – e intenção – de levar-nos a um lugar mais elevado, e se a Igreja é para alcançar finalmente o seu mais alto terreno, justamente antes disso conhecerá a mais profunda aplicação da Cruz. O que é verdadeiro da Igreja é verdadeiro para o membro individual. O altar sempre leva à montanha na intenção e propósito determinado de Deus. Sempre acontece. Não é a exaltação de nós mesmos, é a exaltação de Cristo em nós, e nisso encontramos nossa mais plena satisfação. Nós sempre nos sentiremos menores e menores, mas se é um estado correto que é produzido pela operação do Espírito Santo mediante a Cruz, à vista de Deus há um maravilhoso aumento, um ganho maravilhoso. Veremos mais tarde que há uma montanha em Mateus para a qual o Senhor traz os Seus e diz “Bem-aventurados, os mansos porque eles herdarão a terra” - você observa a conexão?
Mas agora voltemos e encerremos com esta palavra preliminar. Do que é o Senhor está atrás nessa Cruz, com você, comigo? Que é o que Ele tem em mente? Justamente isto; tudo de acordo a Cristo, azul celestial: isto é, a glória de Jesus Cristo em Seu povo individualmente, na Sua Igreja coletivamente, e eventualmente, neste universo em geral; tudo revelando a glória de Jesus Cristo. Você vê que esse é o movimento da Igreja? Quando a Igreja esteja perfeita em glória, será o próprio veículo saindo no universo da glória de Cristo. Esse é o nosso destino como membros de Cristo. É para isso que fomos chamados e escolhidos antes da fundação do mundo, que sejamos para o louvor de Sua glória e que todo o universo através de uma Igreja impregnada de Cristo, reflita a Sua glória – o azul por todo lado. Esse é o fim. Deus está operando para esse fim agora. Seus tratos conosco são para esse fim. Por que estas experiências difíceis, esta disciplina, este castigo, por que estes sofrimentos? Tudo para a glória; tudo para produzir clareza de cristal, a transparência absoluta, a pureza da natureza celestial de Jesus Cristo em nós. O Senhor está só fazendo isso em nós, amado, pela Cruz, a qual está clareando o filme desta vida natural, removendo a espessura e a densidade desta corrupção e poluição, obtendo um estado puro, um estado transparente o qual é a absoluta pureza, transparência, claridade da natureza de Cristo em nós. É algo moral. Esta conformidade à imagem do Seu Filho é algo moral – uso essa palavra no sentido mais elevado – algo que está sendo forjado na própria fibra moral de nosso ser, a natureza de Jesus Cristo. O Espírito Santo tem tomado isso na mão. Não pense sobre ser glorificado como algum tempo alcançando essa posição onde de repente haverá sobre nós um manto de luz e então sermos glorificados. A glória vem pelo que nós somos, brilha do interior, não do exterior. O monte da Transfiguração não é que de repente ao Senhor Jesus lhe foi dado uma túnica de luz, era o brilhar de Sua Pessoa: e a glória é o resultado do processo moral em nós, da obra do Espírito Santo pela Cruz. Será o que temos sido feitos pela graça, será a Sua glória, não a nossa, porque é tudo da graça, porque Ele o fez possível e Ele o levou a cabo.
Este universo é para ser cheio da excelência moral do Senhor Jesus, vista por todos lados. Que universo será este! Isso representa o terreno mais elevado para nós. Enfatiza e sublinha a chamada “Suba a Mim ao monte”. Primeiramente, ver o que está em vista. Quando você vê que você tem um motivo adequado para suportar os sofrimentos da Cruz, você tem um objetivo em vista à luz da qual você considera tudo que o Senhor faz com você e a você. Esse é o fim. Precisamos disso. Temos muitas vezes dito que Paulo passou por essa vida incrível dele porque ele manteve o Senhor, o Qual tinha visto na estrada de Damasco, diante dele, e nas suas quase últimas palavras ele ainda tinha essa visão lá: “para que possa O conhecer, Ele quem eu vi anos atrás na estrada de Damasco, Ele é ainda meu alvo, meu objetivo, minha glória, para que eu possa ser conforme a Ele, essa é a única coisa”. Isso foi o que sustentou ele. Oh, que o Senhor nos mostre o Senhor Jesus como o Seu alvo para nós, e que Ele está operando todo o tempo em relação a esse fim. Ele vai ter tudo construído com esse fim em vista, de acordo a isso. E o tabernáculo, enquanto representa Cristo em Pessoa, sabemos bastante bem que também representa Cristo corporativo. O Corpo o qual tem muitos membros, e todos esses membros sendo muitos, formam um só Corpo, assim também é o Cristo. O Cristo pessoal será revelado no Cristo corporativo nos séculos vindouros, e eles devem ser um, assim, em natureza moral como ele serão em glória, tendo sido, de uma certa perspectiva ao longo de uma certa linha, um na Cruz. Há uma obra da Cruz na qual nós não participamos, feita por nós e à parte de nós, mas há uma obra da Cruz na qual nós sim temos um lugar, e é dado a nós a favor de Cristo, não apenas crer Nele mas também sofrer por Ele em Seu favor. “Cumpro o que resta das aflições de Cristo”. É para essa glória, esse fim de Deus.
Agora, que o Senhor nos leve à montanha para ver a glória para a qual Ele está trabalhando, na qual Ele sobe e desce. Todos os caminhos de Deus estão conetados com a última glória do Senhor Jesus. Seus pés estão sobre isso e Ele não se move dessa calçada. Os movimentos de Deus são em direção do Senhor Jesus, para a glória do Senhor Jesus:- a pedra de safira a ser revelada por todo o universo. A criação é governada por isso, a graça é governada por isso, o governo é governado por isso. Ezequiel é governo. “E por cima do firmamento, um trono e como que uma pedra de safira”, a glória da “semelhança a um Homem”. O governo está relacionado à glória do Senhor Jesus, e a glória é a Sua glória; isso é glória, a manifestação Dele em Suas perfeições morais num povo que Ele tem trazido para a glória:- a realização Deste levando muitos filhos à glória. Isso será glória para Ele e isso será glória para nós. Que o Senhor nos leve no terreno mais elevado com a visão do fim que Ele tem em vista, pois isso encarna tudo que o Senhor tem a dizer nestes dias, está relacionado a isso. Assim que tenhamos nossa visão ajustada no início e vejamos o fim de Deus.
Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.